Alternativas

Os TLM costuram um amplo repertório de alternativas socioeconômicas para diversificar a economia nacional, torná-la mais justa e adaptável às potências culturais e naturais. Assim, a luta por TLM rompe a monocultura do modelo minerário e mostra que é possível construir alternativas culturais, econômicas, simbólicas e políticas.

No plano local, estas alternativas são construídas a partir das vocações dos territórios e se expressam nas lutas pela proteção da sociobiodiversidade, na produção agrícola agroecológica, no agroextrativismo, na pesca artesanal, na agricultura familiar baseada na produção de frutas, verduras, hortaliças, leite e carnes, atividades que se potencializam com feiras locais, associações e cooperativas, garantindo segurança e soberania alimentar, protegendo as sementes crioulas ao mesmo tempo em que geram uma economia baseada na solidariedade, no associativismo e nas trocas locais. Além disso, tais alternativas também estão presentes nas práticas de defesa, restauração e cuidado das águas, muitas vezes associadas à cultura popular e à espiritualidade. Também apontam para o fortalecimento de economias apoiadas pelo turismo comunitário ou ecológico, dependente da valorização do patrimônio histórico e cultural, material ou imaterial, que se enriquecem com o aproveitamento dos bens naturais para a produção artesanal e sua comercialização. No plano regional, propõe-se à construção de redes de produção, que agreguem valor aos produtos, estimulem conexão entre consumidores e produtores, fomente circuitos curtos de produção e comercialização  e o desenvolvimento de tecnologias sociais. Nacionalmente, as lutas por territórios livres propõe que sejam revistas as finalidades que impulsionam o extrativismo mineral, reivindicando que decisões importantes sobre a extração e uso das riquezas minerais deixem de ser tomadas pelas empresas mineradoras, segundo seus interesses de lucratividade, e passem a ser definidas em favor da garantia de direitos, da democracia, da redistribuição da riqueza, da conservação da biodiversidade e da proteção dos bens comuns. 

Os TLM vêm ensinar, portanto, que sem economia local viva não há garantia das possibilidades de trabalho livre e crítico à dependência mineral. Deste trabalho coletivo resulta um patrimônio produtivo necessário ao autoconsumo local, à distribuição e alimentação regional e à formulação de alternativas em contextos de colapso climático e civilizatório.

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